A noite estava longa e agradável. Estavamos os cinco juntos, como já era hábitual, desta vez, em casa da Xana. Tinhmos decidido alugar um filme, fzer umas pipocas e um chá, e foi asim que passámos a noite. Lembro-me pouco do filme, uma vez que não era o meu estilo. Recordo-me no entanto de momentos, breves momentos de alegria que passámos. A minha memória ainda não está bem, ainda não recordo tudo sobre aquela noite. Os médicos dizem que e normal. Lembro-me de olhar para o relógio antes de saírmos de casa da Xana Eram quase 5h da manhã. A Teresa e a Vera moravam perto da Xana, e por isso foram a pé. Eu e o Rui ainda tinhamos que atravessar meia Lisboa, mas áquela hora seria rápido. Entrámos no carro. O Rui estava feliz. Tinha andado um pouco em baixo desde a morte do avô, mas estes momentos connosco pareciam estar a ajudá-lo. O rádio tocava, e lembro-me também que iamos a falar sobre banalidades. Depois, uma luz, um barulho ensurdecedor e..... O vazio.
Desperto atordoado, cheio de dores. Etou preso, não me consigo mexer, sinto o cheiro a gasolina, o sabor a sangue na boca. Tento falar mas não consigo. Volto a perder os sentidos.
Acordei dois dias depois. Estou no hospital. A minha mãe e a minha avó estão junto a mim na cama.
"- Que se passou?
- Pedro - recebo um longo beijo na testa - Finalmente acordaste...
- Mãe... Que aconteceu?"
- Mãe... Que aconteceu?"
Soube mais tarde. Um carro bateu em nós. Parece que iam bebados e passaram um sinal vermelho. O Rui? Foi difícil ter que me despedir de um dos meus melhores amigos. Infelizmente nem lhe pude dizer o último adeus no funeral. Os médicos não me deixaram sair do hospital. Hoje, vou para mais ma sessão de fisioterapia. Os médicos dizem que não voltarei a andar.
A única coisa que eu queria saber.... PORQUÊ?