Nunca mais voltei áquele café. É uma parvoice eu sei, mas na nossa memória os locais, as músicas ou mesmo os perfumes ficam sempre associados a bons e maus momentos. E eu não queria recodar a espera... aquela terrivel espera.
Passou cerca de um mês e o teu rosto, o nosso primeiro incidente ainda não me saíram da cabeça. É a dúvida que me atormenta. Não saber se tinha acontecido algo ou se a tua ausência tinha sido intencional. Não houve uma noite em que não pensasse em ti antes de adormecer... E a única coisa que podia fazer era sonhar e esperar que o destino fizesse o resto...
E tu? Pensaste em mim durante este tempo? Deixaste-me à tua espera de propósito?
Está demasiado calor para eu ficar em casa, por isso vou dar uma volta. Passeo-me pela cidade sem rumo. Vejo as pessos indiferentes à minha dúvida, sem se aperceberem da minha dor.
E, sem mais nem menos, oiço algo. Parecem umas pancadas. Levanto o olhar do chão... És tu. No autocarro. Não vás. Não fujas mais uma vez. Vejo um sorriso na tua cara ao perceberes que te vejo e fazes-me sinal para esperar. O meu coração acelera e fico imóvel. Quero correr atrás de ti, mas as pernas não me obdecem. Sais na paragem e vejo te correr até mim. Quando paras junto a mim continuo sem reacção. Esboço um sorriso e digo um tímido "Olá". E de repente, do nada, perco-me no teu abraço. Um longo e profundo abraço. Na minha mente as perguntas fervilham... Mas não consigo dizer nada. Estavas tão longe e agora tão perto... Cada vez mais perto...
(continua)
1 comentário:
Ai... até me arrepiei...
Vá quero ver o próximo...
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