29 setembro 2006

Acidente - Visão I


A noite estava longa e agradável. Estavamos os cinco juntos, como já era hábitual, desta vez, em casa da Xana. Tinhmos decidido alugar um filme, fzer umas pipocas e um chá, e foi asim que passámos a noite. Lembro-me pouco do filme, uma vez que não era o meu estilo. Recordo-me no entanto de momentos, breves momentos de alegria que passámos. A minha memória ainda não está bem, ainda não recordo tudo sobre aquela noite. Os médicos dizem que e normal. Lembro-me de olhar para o relógio antes de saírmos de casa da Xana Eram quase 5h da manhã. A Teresa e a Vera moravam perto da Xana, e por isso foram a pé. Eu e o Rui ainda tinhamos que atravessar meia Lisboa, mas áquela hora seria rápido. Entrámos no carro. O Rui estava feliz. Tinha andado um pouco em baixo desde a morte do avô, mas estes momentos connosco pareciam estar a ajudá-lo. O rádio tocava, e lembro-me também que iamos a falar sobre banalidades. Depois, uma luz, um barulho ensurdecedor e..... O vazio.

Desperto atordoado, cheio de dores. Etou preso, não me consigo mexer, sinto o cheiro a gasolina, o sabor a sangue na boca. Tento falar mas não consigo. Volto a perder os sentidos.

Acordei dois dias depois. Estou no hospital. A minha mãe e a minha avó estão junto a mim na cama.
"- Que se passou?
- Pedro - recebo um longo beijo na testa - Finalmente acordaste...
- Mãe... Que aconteceu?"

Soube mais tarde. Um carro bateu em nós. Parece que iam bebados e passaram um sinal vermelho. O Rui? Foi difícil ter que me despedir de um dos meus melhores amigos. Infelizmente nem lhe pude dizer o último adeus no funeral. Os médicos não me deixaram sair do hospital. Hoje, vou para mais ma sessão de fisioterapia. Os médicos dizem que não voltarei a andar.

A única coisa que eu queria saber.... PORQUÊ?

Quarto Encontro (ou verdadeiro Terceiro) - Parte I

Nunca mais voltei áquele café. É uma parvoice eu sei, mas na nossa memória os locais, as músicas ou mesmo os perfumes ficam sempre associados a bons e maus momentos. E eu não queria recodar a espera... aquela terrivel espera.

Passou cerca de um mês e o teu rosto, o nosso primeiro incidente ainda não me saíram da cabeça. É a dúvida que me atormenta. Não saber se tinha acontecido algo ou se a tua ausência tinha sido intencional. Não houve uma noite em que não pensasse em ti antes de adormecer... E a única coisa que podia fazer era sonhar e esperar que o destino fizesse o resto...

E tu? Pensaste em mim durante este tempo? Deixaste-me à tua espera de propósito?
Está demasiado calor para eu ficar em casa, por isso vou dar uma volta. Passeo-me pela cidade sem rumo. Vejo as pessos indiferentes à minha dúvida, sem se aperceberem da minha dor.

E, sem mais nem menos, oiço algo. Parecem umas pancadas. Levanto o olhar do chão... És tu. No autocarro. Não vás. Não fujas mais uma vez. Vejo um sorriso na tua cara ao perceberes que te vejo e fazes-me sinal para esperar. O meu coração acelera e fico imóvel. Quero correr atrás de ti, mas as pernas não me obdecem. Sais na paragem e vejo te correr até mim. Quando paras junto a mim continuo sem reacção. Esboço um sorriso e digo um tímido "Olá". E de repente, do nada, perco-me no teu abraço. Um longo e profundo abraço. Na minha mente as perguntas fervilham... Mas não consigo dizer nada. Estavas tão longe e agora tão perto... Cada vez mais perto...

(continua)

23 setembro 2006

Terceiro Encontro


Quando cheguei a casa naquele dia, fui logo a correr ver o meu dossier, para ver se tnha lá folhas tuas... e nada! Mas realmente faltavam-me algumas folhas...

Não dormi nada, só pensar no nosso café do dia seguinte.Afinal nem nos conheciamos, eramos completamente estranhos, e eu nao conseguia pensar em mais nada, em mais ninguém.

À hora combinada lá estava eu no café. Apareci uns minutos antes como é meu hábito. Sentei-me, pedi o meu cafézinho e esperei.

Não consigo relembrar tudo aquilo que me passou pela cabeça durante o tempo que esperava. Ia olhando para relógio, bebendo o café, pensando como seria quando chegasses. Estava com um sorriso no rosto, estava feliz.

Os minutos foram passando e transformaram-se em horas. O sorriso deu lugar a uma cara triste, de profundo desespero. Teria acontecido algo? Estarias bem?

Só saí do café quando me disseram que ia fechar. Sentei-me no degrau do passeio e chorei. Chorei porque não apareceste, chorei porque a dúvida tomava conta de mim. Teria acontecido algo? Ou terias apenas desistido? Será que este encontro foi uma maneira de gozares cmg?
Será esta a definição de divertimento do destino?

17 setembro 2006

Locais II

Na Varanda

Do Dicionário: "sala comprida e estreita com muitas janelas; sacada; terraço; eirado; alpendre à frente da casa com gradeamento; lugar de teatro, por cima dos camarotes; roda dentada nos lagares de azeite; Minho, recinto, junto à casa de habitação, no qual dormem criados e hóspedes".

Pode parecer estranho, mas este é um local "fetish" para muita gente. Não é o local ideal para os mais timidos ou conservadores mas, sem abandonar o conforto e privacidade do lar, a varanda ou janela pode ser apelativa.

Ver os transiuntes que passam, ou mesmo os vizinhos pode ser a "pimenta" que falta para acender a chama da paixão. A liberdade de movimentos é reduzida, assim como as posições, mas isso não o torna um local menos estimulante.

À que puxar pela imaginação, e tentar ser discreto.... ou não dependendo dos gostos de cada um...

Não se inibam, deixem-se ir ao sabor do momento. Os dados estão lançados, a sugestão está feita...

Segundo Encontro

Tenho que perder a mania de chegar antes da hora combinada ao café! Não gosto de fazer esperar ninguém, e acabo eu por esperar horas. Já estava sentado, com o cafézito à minha frente, a consultar o relógio sempre que podia, quando oiço atrás de mim:
"-Olá! Tudo bem?" - Virei-me para trás, e nem podia acreditar... Estavas ali... O destino tem mistérios fantásticos.

"-Olá! Tá tudo bem e tu?
- Eu também! Então tás sozinho?
- Não tou à espera de amigos... E tu?
-Pois eu também tou ali com amigos!Olha não te falta nada?
-Que eu me lembre não... Mas porquê?
-É que descobri no meu dossier folhas que devem ser tuas....
-Ahhhh! Isso... Pois é que eu nem abri o meu desd'o nosso "acidente"... Mas não te falta nada pois não?
-Que eu me tenha apercebido não... Olha podiamos era combinar um café amanhã por aqui para eu te dar as cenas...
-Parece-me óptima ideia! A esta hora?
-Por mim pode ser! Então até amanhã!
-Até amanhã!"

Quando dou por mim tenho a mesa cheia de amigos, mas sinceramente nem sei do que falam. Como será que vai ser o café amanhã? Estará o destino realmente a ser gentil comigo?

02 setembro 2006

Locais I

Na Cama

Do Dicionário : "leito onde se dorme; enxerga; colchão; lugar ou objecto sobre o qual as pessoas ou animais se podem deitar; barra do leito; camada macia sobre que se colocam objectos frágeis ou frutos; camada; efeito de acamar".

O que se perde em originalidade ganha-se em imaginação. É o local que previligia o descanso, mas com o ambiente certo pode se muito estimulante. Uma luz ténue (talvez com recurso a algumas velas) e uma boa música podem ser o ponto de partida para uma descoberta de corpos, sensações, desejo, no fundo de uma partilha mútua.

Aqui não há limites para o que pode acontecer. Para os mais timidos (ou menos imaginativos), o kamasutra é sempre um bom auxiliar. Depois, é iniciar uma viagem, sem medos, sem pudor, deixando que o momento decida até onde se pode ir.

Para os mais ousados, existe sempre o recurso a fantasias. Uma farda, um poste de strip improvisado, umas algemas ou qualquer outro desejo podem ser o ponto de partida.

Não se inibam, deixem-se ir ao sabor do momento. Os dados estão lançados, a sugestão está feita...

01 setembro 2006

Primeiro Encontro


Ia pela rua, distraído como sempre. Estava com pressa ja nem sei para fazer o quê. E de repente, sem qualquer aviso.... PUMMMMM. Dois dossiers espalhados pelo chão, folhas a voar, uma confusão.

"-Ai desculpa. Não te vi, vinha distraído!
-Não faz mal eu também não estava com muita atenção!"

Baixo-me para apanhar as folhas e.... PUMMM. Cabeçada.

"-AIIIIII! Isto não está a correr nada bem..."

Sorris. Apanho as minhas coisas e tu as tuas!

"-Deixa lá são coisas que acontecem."

Agora sou eu que sorrio. Os nossos olhares cruzam-se.

"-Bem espero que não te falte nada. Desculpa mais uma vez.
-Desculpa-me também! Afinal a culpa foi de ambos!"

Levanto-me e sigo viagem. Dou três ou quatro passos e páro. Olho para trás e.... fizeste o mesmo. Estranho! Voltamos a sorrir com uma troca de olhares... Cada um segue o seu caminho em direcções opostas. Será que algum dia, os nossos caminhos serão só um caminho?

Paisagens ...


Rio Tejo

Azenhas do Mar

Ericeira

Vila Nova de Milfontes

Praia da Rocha

Serra da Estrela

Rio Alva

Fraga da Pena